Estimulação cerebral profunda melhora tiques na síndrome de Tourette.
- Ângela Mathylde
- 15 de mar. de 2018
- 2 min de leitura

A estimulação cerebral profunda (ECP) melhora significativamente os sintomas na síndrome de Tourette, sugere um novo estudo de registros.
Dr. Michael S. Okun
"Os resultados mostram que há um benefício impressionante nos tiques motores e vocais com a estimulação cerebral profunda (ECP)", disse ao Medscape o autor do trabalho, Dr. Michael S. Okun, Adelaide Lackner Professor e Chefe da Neurologia do Fixel Center for Neurological Diseases, em Gainesville, Flórida.
Uma vez que existem poucos casos de síndrome de Tourette tratada por ECP em centros individuais, compartilhar dados de um registro permite aos pesquisadores "ir adiante neste campo" a um ritmo muito mais rápido, disse o Dr. Okun.
O estudo foi publicado on-line em 16 de janeiro no JAMA Neurology.
Risco de lesão
Nos Estados Unidos, a ECP não é aprovada para a síndrome de Tourette, mas está aprovada para transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
O Dr. Okun observou que existem poucos casos de Tourette tratados com ECP nos Estados Unidos. "Mesmo os centros mais especializados só farão um ou talvez dois casos ao ano", disse ele.
Isso pode ser devido ao fato de que a maioria dos pacientes consegue ser tratada com intervenções menos agressivas, como medicação ou abordagens cognitivo-comportamentais. Além disso, ele observou que alguns pacientes podem superar os sintomas no momento em que atingem a idade adulta.
A ECP geralmente é reservada para pacientes com tiques graves, que podem causar lesões graves.
"Alguns pacientes precisam ser hospitalizados devido a tiques graves, nos quais a cabeça começa a se mover bruscamente para trás", disse o Dr. Okun. Ele acrescenta que houve até mesmo casos de crianças e adultos que se tornaram tetraplégicos por causa dos movimentos da cabeça.
Múltiplos relatos únicos e séries de casos mostraram que a ECP poderia ser uma terapia valiosa para casos graves resistentes a medicamentos.
A nova análise incluiu informações sobre 171 pacientes em 31 centros em 10 países. Os dados vieram do International Deep Brain Stimulation Database and Registry, lançado em 2012.
A maioria dos participantes (78,4%) era do sexo masculino. A média de idade no início dos sintomas foi de 7,8 anos, a média de idade no diagnóstico foi de 12,3 anos, e a média de idade na cirurgia foi de 29,1 anos.
As duas comorbidades mais comuns foram TOC (64,2%) e depressão (47,3%). Além disso, mais de um quarto (28,3%) preenchia critérios para transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
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