Estimulação cerebral restabelece comportamento social.

https://portugues.medscape.com/verartigo/6501912

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Pode ser viável tratar de forma eficaz os sintomas comportamentais associados ao transtorno do espectro autista (TEA) usando neuromodulação, sugere uma nova pesquisa.

Pesquisadores acreditam que as novas descobertas são a primeira evidência de que a crura direita I (RCrusI) desempenha um papel importante nos comportamentos do TEA. A RCrusl é uma área do cerebelo que por muito tempo se acreditou ter um papel apenas na coordenação do movimento.

Usando neuroimagem e neuromodulação em humanos e modelos animais, os pesquisadores descobriram que a disfunção na RCrusl desempenha um papel fundamental, e que a estimulação desta área pode aliviar deficiências sociais, sintoma marcante do transtorno.

"Esta é uma descoberta potencialmente muito poderosa", disse o pesquisador principal Dr. Peter T. Tsai, neurologista infantil e professor-assistente de neurologia e neuroterapêutica, do University of Texas Southwestern Medical Center, em Dallas, em um comunicado à imprensa.

"Do ponto de vista terapêutico, esta parte do cerebelo é um alvo atraente. E, embora a neuromodulação não cure a causa genética subjacente do autismo de uma pessoa, melhorar os déficits sociais em crianças com autismo pode gerar um enorme impacto na qualidade de vida delas", acrescentou o Dr. Tsai.

O estudo foi publicado na Nature Neuroscience.

Forte indicação

O TEA afeta cerca de uma em cada 68 crianças nos Estados Unidos. O transtorno é caracterizado por desafios na interação social e na comunicação, e por padrões repetitivos de comportamento, às vezes referidos como perseveração.

Estudos anteriores, incluindo alguns da equipe do Dr. Tsai em camundongos, sugerem que uma disfunção cerebelar contribui para o autismo.

"Nós mostramos que a disfunção cerebelar era suficiente, por si só, para gerar esses comportamentos autistas anormais", disse ele.

Acreditava-se que a RCrusI, localizada próximo ao tronco cerebral, desempenhava apenas um papel na coordenação do movimento. Mas o trabalho anterior em pacientes com TEA descobriu que o volume de substância cinzenta na RCrusI correlaciona-se com alguns sintomas centrais do TEA.

No estudo em tela os pesquisadores realizaram várias pesquisas e testes em humanos e camundongos.

O estudo envolveu 35 voluntários adultos saudáveis e neurotípicos (média de idade, 24 anos) que não tinham antecedente de condições neurológicas, traumatismo craniano, ou distúrbios psiquiátricos ou do desenvolvimento. Os pesquisadores mostraram que a RCrusI está funcionalmente conectada a múltiplas redes que envolvem todo o cérebro.